Jornal Novo Tempo

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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

11/11/2012 21h25 - Atualizado em 11/11/2012 23h58 PM determina prisão de 5 policiais suspeitos de matar homem em SP


11/11/2012 21h25 - Atualizado em 11/11/2012 23h58

PM determina prisão de 5 policiais suspeitos de matar homem em SP

Policiais afirmam que corpo foi encontrado em viela após perseguição.
Imagens mostram que rapaz estava vivo ao ser dominado por policiais.

Do G1, em São Paulo
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O comandante geral da Polícia Militar do estado de São Paulo, Roberval Ferreira França, determinou neste domingo (11) a prisão de cinco policiais suspeitos de participação no assassinato do servente Paulo Batista do Nascimento, de 25 anos.
O homem aparece vivo, cercado por policiais em uma rua do bairro do Campo Limpo, periferia da Zona Sul de São Paulo, em um vídeo feito por um vizinho e mostrado em reportagem do Fantástico deste domingo. Assista no vídeo ao lado.
No vídeo, após levar um tapa e um chute dos PMs, o servente é levado para o carro da polícia. Na imagem, um policial ergue os braços em posição de tiro. Não é possível ver disparos, mas logo a seguir ouve-se um barulho. Quando a câmera volta a mostrar a rua, dá para ver a movimentação de alguns policiais.
No boletim de ocorrência, PMs relataram que o corpo foi encontrado em uma viela pelos policiais.
São Paulo vive uma onda de violência nos últimos meses, com mais de 90 policiais mortos desde o início do ano. Segundo investigações do Ministério Público, há indícios de que a onda de violência foi desencadeda por uma operação da Rota, a tropa de elite da PM (saiba mais). Em 28 de maio, policiais da Rota mataram seis suspeitos de pertencerem a uma facção que se reuniam no estacionamento de um bar na favela Tiquatira, na região da Penha, Zona Leste. Em junho, como represália, 11 policiais foram assassinados.
Outra reportagem do Fantástico exibida neste domingo mostra: autoridades sabiam há três meses que os ataques a policiais iriam ocorrer e não avisaram a tropa. Assista no vídeo ao lado.
Flagrante
No caso do servente morto, segundo a Polícia Militar, dois policiais tentaram abordar um carro que havia sido roubado, mas foram recebidos a tiros. De acordo com o Boletim de Ocorrência, Paulo Batista do Nascimento estaria no veículo com outros dois passageiros. Houve troca de tiros durante a perseguição e, segundo a polícia, Nascimento teria conseguido fugir.
O Boletim de Ocorrência não dá detalhes sobre o que aconteceu com o homem depois. O documento apenas relata que o corpo foi encontrado em uma viela pelos policiais.
Os policiais afirmam ter socorrido Nascimento, que deu entrada às 21h40 no hospital. Outro ferido na mesma ocorrência tinha sido deixado no hospital uma hora antes.
O rapaz assassinado já havia sido condenado por receptação, roubo e falsificação de documentos.
Afastamento
Após uma reunião de emergência neste domingo, o comandante da PM pediu a prisão dos policiais envolvidos. Outros 25 policiais que participaram da ocorrência, mas não aparecem no vídeo, foram levados para um quartel e serão liberados depois de prestar esclarecimentos.
"Tão logo tomamos conhecimento dos fatos, determinamos a prisão de todos os policiais militares envolvidos. A Polícia Militar vai apurar rigorosamente e, de acordo com as provas que forem carregadas ao inquérito, ao processo, esses policiais militares deverão ser processados, demitidos ou expulsos da corporação", afirmou França.



Quadrilha é presa com carro furtado e arma no Centro de Holambra, SP

Suspeitos foram detidos pela Guarda Municipal na noite deste domingo (11).
Quatro homens foram levados para o plantão policial da cidade.

Do G1 Campinas e Região
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A Guarda Municipal prendeu uma quadrilha por furto de carro na noite deste domingo (11) no Centro de Holambra (SP). Os suspeitos foram localizados durante um patrulhamento de rotina em um carro com placas adulteradas.

Os guardas encontraram com os quatro homens um revólver com a numeração raspada. Eles foram detidos e levados para o plantão policial da cidade, onde o caso foi registrado.



Suspeito de balear homem em lanchonete no Leblon é preso

Vítima foi um policial federal aposentado, atingido na cabeça.
Autor do disparo disse que agente atirou primeiro.

Do G1 Rio
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O homem suspeito de atirar um policial federal aposentado na madrugada desta segunda-feira (12) dentro de uma lanchonete no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi preso, como mostrou o Bom Dia Rio. A identidade dele não foi revelada.
O crime ocorreu pouco antes de 1h, na lanchonete BB Lanches, que fica na Avenida Ataulfo de Paiva, na esquina com a Rua Aristides Espínola. Pessoas que estavam próximas ao local escutaram três estrondos.
Na delegacia, o suspeito, que não foi identificado, alegou que o ex-policial Eduardo Fetterman, de 47 anos, disparou primeiro contra ele. Ainda em depoimento, o homem disse que conseguiu tomar a arma e atirou de volta contra a vítima.
De acordo com testemunhas, que não quiseram se identificar, em meio a uma discussão com o autor dos disparos, ele teria dito ser policial federal.
Eduardo Fetterman foi atingido na cabeça e foi socorrido por amigos e pessoas que passavam pela lanchonete. Ele foi levado ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea,

Justiça retoma audiência do caso Elize Matsunaga nesta segunda


Justiça retoma audiência do caso Elize Matsunaga nesta segunda

Seis testemunhas serão ouvidas; ré não deve ser interrogada.
Juiz decidirá se viúva, que está presa por esquartejar marido, irá a júri.

Kleber Tomaz Do G1 São Paulo
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Elize Matsunaga (Foto: Carlos Pessuto/Futura Press/AE)Elize Matsunaga está presa preventivamente
(Foto: Carlos Pessuto/Futura Press/AE)
A Justiça de São Paulo retoma, na manhã desta segunda-feira (12), a audiência do caso Matsunaga no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste da capital paulista. Após o depoimento de seis testemunhas, o juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri, irá marcar uma nova data para ouvir a bacharel em direito Elize Araújo Kitano Matsunaga, presa preventivamente ao confessar que matou e esquartejou sozinha o marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, em 19 de maio.
Elize deverá acompanhar os depoimentos das testemunhas nesta segunda. Essa etapa do processo, chamada de instrução, serve para decidir se há indícios suficientes para que a ré seja submetida a um julgamento popular pelo crime.
No dia 10 de outubro, cinco testemunhas arroladas pela acusação foram ouvidas, entre elas o irmão da vítima, o delegado da Polícia Civil que investigou o caso, um detetive contratado pela acusada para flagrar a traição de Marcos Matsunaga e uma das empregadas do casal.
A defesa de Elize Matsunaga alega que ela matou o marido após descobrir a infidelidade dele. A acusada também teria, segundo seus advogados, sido agredido com um tapa no rosto no apartamento do casal, na Zona Oeste. Em seguida, ainda de acordo com a versão da defesa, ela atirou no marido, cortou o seu corpo e jogou as partes em malas na Grande São Paulo.
O Ministério Público, que denunciou Elize pelo crime, discorda: diz que a mulher matou o empresário para ficar com o dinheiro da herança e do seguro de vida dele e que o crime foi premeditado. A Promotoria chegou inclusive a pedir a instauração de um novo inquérito policial para investigar a suspeita de que outra pessoa teria ajudado a bacharel no assassinato.
De acordo com informações da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a partir das 10h desta segunda, prestarão depoimento o restante das testemunhas de acusação e todas as que foram indicadas pela defesa da ré. Como na primeira audiência, a imprensa não poderá acompanhar os depoimentos dentro do plenário por decisão do juiz.
Segundo o TJ-SP, deverão falar duas testemunhas arroladas pela acusação de Elize, duas pessoas sugeridas pela defesa da ré e duas testemunhas comuns entre Ministério Público e defensores da viúva. O promotor José Carlos Cosenzo sugeriu a oitiva do delegado Valter Sérgio de Abreu, amigo da família de Marcos Matsunaga e de uma mulher. O advogado da ré, Luciano Santoro, pediu a oitiva da modelo e pivô da traição de Marcos, Nathalia Vila Real Lima, e da babá da filha do casal, Mauriceia José Gonçalves dos Santos. Os peritos da Polícia Técnico-científica Jorge Pereira de Oliveira e Ricardo Salada são testemunhas em comum arroladas tanto pela Promotoria quanto pelo defensor da ré.

11/11/2012 22h46 - Atualizado em 12/11/2012 00h03 Em entrevista ao Fantástico, Carla Cepollina pede que a 'deixem em paz' Advogada foi absolvida da acusação de matar o coronel Ubiratan, em 2006. Ministério Público vai recorrer da sentença. Do G1, com informações do Fantástico 76 comentários A advogada Carla Cepollina, absolvida na última quarta-feira (7) da acusação de ter matado o ex-namorado, o coronel Ubiratan Guimarães, pediu que a “deixem em paz”, em entrevista exclusiva exibida pelo Fantástico neste domingo (11). “Foram seis anos de inferno, então agora, por favor, me deixa em paz, né? Eu entrei no tribunal dizendo ‘não fui eu’. São seis anos que eu falei ‘não fui eu, não tem prova contra mim’”, disse Carla. Ubiratan Guimarães foi morto com um tiro no abdômen em setembro de 2006. O coronel que comandou a invasão do Carandiru, em 1992, em um massacre que matou 111 presos, também era deputado estadual em São Paulo. Ele e Carla viviam um romance de dois anos quando o crime aconteceu. Carla Cepollina foi absolvida por júri popular após três dias de julgamento. Antes disso, o processo já tinha sido arquivado por falta de provas na primeira instância. No entanto, a acusação ainda questiona a decisão, e o Ministério Público recorreu da sentença. Desabafo Na entrevista ao Fantástico, a advogada fez um desabafo sobre o que sentiu como principal suspeita do crime. “Eu virei atração nos lugares que eu ia. A pessoa olhava o cartão e dizia ‘Ah, você que é a Carla Cepollina?’. Então eu tinha que catar meus cacos e reconstruir minha vida”, afirmou. saiba mais Carla Cepollina é absolvida da morte de coronel Ubiratan “Tem feridas que não vão sarar nunca. Eu fiquei uma pessoa, sem dúvida nenhuma, mutilada. Fiquei uma pessoa defensiva, magoada, ferida. Não tem comparação. A maneira como eu encarava a vida antes e agora é completamente diferente. Sabe quando os combatentes de guerra voltam e encaram a vida diferente? Tive que fazer tratamento para estresse pós-traumático, para depressão”, contou a advogada. Carla relatou ainda a sensação de alívio que teve quando a decisão do júri foi lida, e que não pensou no coronel Ubiratan naquele momento. “Quando saiu o veredito, eu pensei no meu pai e nessa coisa extremamente liberatória de falar ‘Limpei meu nome!’”, disse. “Eu acho que as pessoas têm que ter um pouco de decência, hombridade. O júri é o máximo, o topo da cadeia da justiça. Foram sete pessoas que perderam três dias da vida deles, ficaram enclausurados, ouviram tudo, examinaram, ficaram lá a serviço da sociedade e para julgar um par deles, um semelhante deles. Eu fui lá, poderia ter saído condenada de 12 a 30 anos, estava lá. Fiquei lá. Saiu 7 a 0. Eles entenderam perfeitamente do que se tratava, não tinha nada a ver com o Ubiratan. O negócio foi: foi a Carla? Não foi a Carla. Não foi a Carla. Então, assim, Brasil, mundo, entendam: não foi a Carla. É a segunda vez que uma instância da justiça diz ‘não foi a Carla’. Então, por favor, me deixem em paz”, desabafou. Continuação A acusação não concorda com a decisão do júri. O Ministério Público decidiu recorrer e pedir a anulação do julgamento. “O jurado não conseguiu ver porque ele estava descompromissado. Ele estava ali de uma forma não interessada. Quem foi julgado foi o coronel Ubiratan, não foi a Carla Cepollina. Foi o que permeou o processo, o que transpareceu durante toda a acusação e durante toda a fala da defesa, quando o coronel foi atacado, seus familiares foram atacados, onde a prova da acusação foi desconsiderada. É muito mais fácil você absolver uma moça bem nascida, educada, estudada, do que decidir pela condenação dela em relação a uma pessoa tão estigmatizada. Os filhos do coronel me ligaram e me pediram que eu procedesse como quisesse, mas já estava convencido, como estou convencido há cinco anos: foi Carla Cepollina que matou o coronel Ubiratan Guimarães”, afirmou ao Fantástico o promotor João Carlos Calsavara. “Eu acho que as pessoas deveriam ter um pouco mais de decência e hombridade para encarar a derrota”, rebateu Carla. A dúvida de resposta mais difícil para esclarecer o crime é saber a que horas o coronel foi assassinado. Para a acusação, Carla matou Ubiratan por ciúme, depois de uma briga de casal. Ela teria usado a própria arma do coronel, um revólver calibre 38, que nunca foi encontrado. O disparo teria acontecido entre 19h08 e 19h26 da noite de 9 de setembro de 2006, um sábado. A defesa de Carla afirma que a advogada deixou o apartamento de Ubiratan na noite de sábado e que o coronel estava vivo e dormindo. O advogado de defesa se baseou no laudo do IML, que indica que o coronel foi morto entre 18h e 20h antes da análise do corpo, que foi feita na segunda-feira. Ou seja, para a defesa, isso mostra que ele morreu quando Carla já não estava mais lá. A defesa afirma que o coronel estava vivo no domingo. Às 8h, Carla enviou uma mensagem para o celular dele, mas a operadora informou que o SMS só entrou na caixa postal três horas depois, às 11h. Para a defesa, isso mostra que o telefone celular do coronel foi ligado nesse horário, por Ubiratan ou outra pessoa. “Então ele ligou o celular às 11h e pouco da manhã ou alguém que estava com ele ligou. Agora, a hora da morte eu não sei. Só sei que no domingo ele estava vivo”, disse Liliana Prinzivalli, mãe de Carla. “Diz a lei que só é possível haver novo julgamento perante o tribunal do júri se a decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos. Ou seja, as provas produzidas são todas no sentido de que o réu era culpado e o tribunal do júri absolve”, explicou ao Fantástico o professor de Processo Criminal da PUC-Rio, Paulo Freitas Ribeiro.


Em entrevista ao Fantástico, Carla Cepollina pede que a 'deixem em paz'

Advogada foi absolvida da acusação de matar o coronel Ubiratan, em 2006.
Ministério Público vai recorrer da sentença.

Do G1, com informações do Fantástico
76 comentários
A advogada Carla Cepollina, absolvida na última quarta-feira (7) da acusação de ter matado o ex-namorado, o coronel Ubiratan Guimarães, pediu que a “deixem em paz”, em entrevista exclusiva exibida pelo Fantástico neste domingo (11).
“Foram seis anos de inferno, então agora, por favor, me deixa em paz, né? Eu entrei no tribunal dizendo ‘não fui eu’. São seis anos que eu falei ‘não fui eu, não tem prova contra mim’”, disse Carla.
Ubiratan Guimarães foi morto com um tiro no abdômen em setembro de 2006. O coronel que comandou a invasão do Carandiru, em 1992, em um massacre que matou 111 presos, também era deputado estadual em São Paulo. Ele e Carla viviam um romance de dois anos quando o crime aconteceu.
Carla Cepollina foi absolvida por júri popular após três dias de julgamento. Antes disso, o processo já tinha sido arquivado por falta de provas na primeira instância. No entanto, a acusação ainda questiona a decisão, e o Ministério Público recorreu da sentença.
Desabafo
Na entrevista ao Fantástico, a advogada fez um desabafo sobre o que sentiu como principal suspeita do crime. “Eu virei atração nos lugares que eu ia. A pessoa olhava o cartão e dizia ‘Ah, você que é a Carla Cepollina?’. Então eu tinha que catar meus cacos e reconstruir minha vida”, afirmou.
“Tem feridas que não vão sarar nunca. Eu fiquei uma pessoa, sem dúvida nenhuma, mutilada. Fiquei uma pessoa defensiva, magoada, ferida. Não tem comparação. A maneira como eu encarava a vida antes e agora é completamente diferente. Sabe quando os combatentes de guerra voltam e encaram a vida diferente? Tive que fazer tratamento para estresse pós-traumático, para depressão”, contou a advogada.
Carla relatou ainda a sensação de alívio que teve quando a decisão do júri foi lida, e que não pensou no coronel Ubiratan naquele momento. “Quando saiu o veredito, eu pensei no meu pai e nessa coisa extremamente liberatória de falar ‘Limpei meu nome!’”, disse.
“Eu acho que as pessoas têm que ter um pouco de decência, hombridade. O júri é o máximo, o topo da cadeia da justiça. Foram sete pessoas que perderam três dias da vida deles, ficaram enclausurados, ouviram tudo, examinaram, ficaram lá a serviço da sociedade e para julgar um par deles, um semelhante deles. Eu fui lá, poderia ter saído condenada de 12 a 30 anos, estava lá. Fiquei lá. Saiu 7 a 0. Eles entenderam perfeitamente do que se tratava, não tinha nada a ver com o Ubiratan. O negócio foi: foi a Carla? Não foi a Carla. Não foi a Carla. Então, assim, Brasil, mundo, entendam: não foi a Carla. É a segunda vez que uma instância da justiça diz ‘não foi a Carla’. Então, por favor, me deixem em paz”, desabafou.
Continuação
A acusação não concorda com a decisão do júri. O Ministério Público decidiu recorrer e pedir a anulação do julgamento. “O jurado não conseguiu ver porque ele estava descompromissado. Ele estava ali de uma forma não interessada. Quem foi julgado foi o coronel Ubiratan, não foi a Carla Cepollina. Foi o que permeou o processo, o que transpareceu durante toda a acusação e durante toda a fala da defesa, quando o coronel foi atacado, seus familiares foram atacados, onde a prova da acusação foi desconsiderada. É muito mais fácil você absolver uma moça bem nascida, educada, estudada, do que decidir pela condenação dela em relação a uma pessoa tão estigmatizada. Os filhos do coronel me ligaram e me pediram que eu procedesse como quisesse, mas já estava convencido, como estou convencido há cinco anos: foi Carla Cepollina que matou o coronel Ubiratan Guimarães”, afirmou ao Fantástico o promotor João Carlos Calsavara.
“Eu acho que as pessoas deveriam ter um pouco mais de decência e hombridade para encarar a derrota”, rebateu Carla.
A dúvida de resposta mais difícil para esclarecer o crime é saber a que horas o coronel foi assassinado. Para a acusação, Carla matou Ubiratan por ciúme, depois de uma briga de casal. Ela teria usado a própria arma do coronel, um revólver calibre 38, que nunca foi encontrado. O disparo teria acontecido entre 19h08 e 19h26 da noite de 9 de setembro de 2006, um sábado.
A defesa de Carla afirma que a advogada deixou o apartamento de Ubiratan na noite de sábado e que o coronel estava vivo e dormindo. O advogado de defesa se baseou no laudo do IML, que indica que o coronel foi morto entre 18h e 20h antes da análise do corpo, que foi feita na segunda-feira. Ou seja, para a defesa, isso mostra que ele morreu quando Carla já não estava mais lá.
A defesa afirma que o coronel estava vivo no domingo. Às 8h, Carla enviou uma mensagem para o celular dele, mas a operadora informou que o SMS só entrou na caixa postal três horas depois, às 11h. Para a defesa, isso mostra que o telefone celular do coronel foi ligado nesse horário, por Ubiratan ou outra pessoa.
“Então ele ligou o celular às 11h e pouco da manhã ou alguém que estava com ele ligou. Agora, a hora da morte eu não sei. Só sei que no domingo ele estava vivo”, disse Liliana Prinzivalli, mãe de Carla.
“Diz a lei que só é possível haver novo julgamento perante o tribunal do júri se a decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos. Ou seja, as provas produzidas são todas no sentido de que o réu era culpado e o tribunal do júri absolve”, explicou ao Fantástico o professor de Processo Criminal da PUC-Rio, Paulo Freitas Ribeiro.

Advogada foi absolvida da acusação de matar o coronel Ubiratan, em 2006.
Ministério Público vai recorrer da sentença.

Do G1, com informações do Fantástico
76 comentários
A advogada Carla Cepollina, absolvida na última quarta-feira (7) da acusação de ter matado o ex-namorado, o coronel Ubiratan Guimarães, pediu que a “deixem em paz”, em entrevista exclusiva exibida pelo Fantástico neste domingo (11).
“Foram seis anos de inferno, então agora, por favor, me deixa em paz, né? Eu entrei no tribunal dizendo ‘não fui eu’. São seis anos que eu falei ‘não fui eu, não tem prova contra mim’”, disse Carla.
Ubiratan Guimarães foi morto com um tiro no abdômen em setembro de 2006. O coronel que comandou a invasão do Carandiru, em 1992, em um massacre que matou 111 presos, também era deputado estadual em São Paulo. Ele e Carla viviam um romance de dois anos quando o crime aconteceu.
Carla Cepollina foi absolvida por júri popular após três dias de julgamento. Antes disso, o processo já tinha sido arquivado por falta de provas na primeira instância. No entanto, a acusação ainda questiona a decisão, e o Ministério Público recorreu da sentença.
Desabafo
Na entrevista ao Fantástico, a advogada fez um desabafo sobre o que sentiu como principal suspeita do crime. “Eu virei atração nos lugares que eu ia. A pessoa olhava o cartão e dizia ‘Ah, você que é a Carla Cepollina?’. Então eu tinha que catar meus cacos e reconstruir minha vida”, afirmou.
“Tem feridas que não vão sarar nunca. Eu fiquei uma pessoa, sem dúvida nenhuma, mutilada. Fiquei uma pessoa defensiva, magoada, ferida. Não tem comparação. A maneira como eu encarava a vida antes e agora é completamente diferente. Sabe quando os combatentes de guerra voltam e encaram a vida diferente? Tive que fazer tratamento para estresse pós-traumático, para depressão”, contou a advogada.
Carla relatou ainda a sensação de alívio que teve quando a decisão do júri foi lida, e que não pensou no coronel Ubiratan naquele momento. “Quando saiu o veredito, eu pensei no meu pai e nessa coisa extremamente liberatória de falar ‘Limpei meu nome!’”, disse.
“Eu acho que as pessoas têm que ter um pouco de decência, hombridade. O júri é o máximo, o topo da cadeia da justiça. Foram sete pessoas que perderam três dias da vida deles, ficaram enclausurados, ouviram tudo, examinaram, ficaram lá a serviço da sociedade e para julgar um par deles, um semelhante deles. Eu fui lá, poderia ter saído condenada de 12 a 30 anos, estava lá. Fiquei lá. Saiu 7 a 0. Eles entenderam perfeitamente do que se tratava, não tinha nada a ver com o Ubiratan. O negócio foi: foi a Carla? Não foi a Carla. Não foi a Carla. Então, assim, Brasil, mundo, entendam: não foi a Carla. É a segunda vez que uma instância da justiça diz ‘não foi a Carla’. Então, por favor, me deixem em paz”, desabafou.
Continuação
A acusação não concorda com a decisão do júri. O Ministério Público decidiu recorrer e pedir a anulação do julgamento. “O jurado não conseguiu ver porque ele estava descompromissado. Ele estava ali de uma forma não interessada. Quem foi julgado foi o coronel Ubiratan, não foi a Carla Cepollina. Foi o que permeou o processo, o que transpareceu durante toda a acusação e durante toda a fala da defesa, quando o coronel foi atacado, seus familiares foram atacados, onde a prova da acusação foi desconsiderada. É muito mais fácil você absolver uma moça bem nascida, educada, estudada, do que decidir pela condenação dela em relação a uma pessoa tão estigmatizada. Os filhos do coronel me ligaram e me pediram que eu procedesse como quisesse, mas já estava convencido, como estou convencido há cinco anos: foi Carla Cepollina que matou o coronel Ubiratan Guimarães”, afirmou ao Fantástico o promotor João Carlos Calsavara.
“Eu acho que as pessoas deveriam ter um pouco mais de decência e hombridade para encarar a derrota”, rebateu Carla.
A dúvida de resposta mais difícil para esclarecer o crime é saber a que horas o coronel foi assassinado. Para a acusação, Carla matou Ubiratan por ciúme, depois de uma briga de casal. Ela teria usado a própria arma do coronel, um revólver calibre 38, que nunca foi encontrado. O disparo teria acontecido entre 19h08 e 19h26 da noite de 9 de setembro de 2006, um sábado.
A defesa de Carla afirma que a advogada deixou o apartamento de Ubiratan na noite de sábado e que o coronel estava vivo e dormindo. O advogado de defesa se baseou no laudo do IML, que indica que o coronel foi morto entre 18h e 20h antes da análise do corpo, que foi feita na segunda-feira. Ou seja, para a defesa, isso mostra que ele morreu quando Carla já não estava mais lá.
A defesa afirma que o coronel estava vivo no domingo. Às 8h, Carla enviou uma mensagem para o celular dele, mas a operadora informou que o SMS só entrou na caixa postal três horas depois, às 11h. Para a defesa, isso mostra que o telefone celular do coronel foi ligado nesse horário, por Ubiratan ou outra pessoa.
“Então ele ligou o celular às 11h e pouco da manhã ou alguém que estava com ele ligou. Agora, a hora da morte eu não sei. Só sei que no domingo ele estava vivo”, disse Liliana Prinzivalli, mãe de Carla.
“Diz a lei que só é possível haver novo julgamento perante o tribunal do júri se a decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos. Ou seja, as provas produzidas são todas no sentido de que o réu era culpado e o tribunal do júri absolve”, explicou ao Fantástico o professor de Processo Criminal da PUC-Rio, Paulo Freitas Ribeiro.

Advogado de Bruno diz que vai negar que Eliza foi morta




Advogado de Bruno diz que vai negar que Eliza foi morta

Fantástico promoveu debate entre defensor de atleta e acusação.
Julgamento de Bruno está marcado para começar em 19 de novembro.

Do G1 MG
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O advogado do goleiro Bruno Fernandes, Rui Pimenta, disse, em entrevista exibida neste domingo (11) no Fantástico, que pretende negar, durante julgamento, que Eliza Samudio foi morta. Bruno e mais quatro vão ser julgados em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a partir do dia 19 de novembro, pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Em março deste ano, Pimenta afirmou ao G1 que a defesa iria admitir a morte de Eliza, porém iria sustentar que Bruno não teria sido o mandante.
Imagens obtidas pelo Fantástico mostram parte dos depoimentos dos réus no processo do caso Eliza Samudio. Veja reportagem completa no vídeo acima.
Os interrogatórios, conduzidos pela juíza Marixa Fabiane Rodrigues, somados, têm mais de 30 horas. Bruno esteve perante a Justiça em novembro de 2010.

Durante o depoimento, a juíza questiona o goleiro sobre o filho dele com Eliza. “Foi você que salvou a vida do Bruninho?”, pergunta a magistrada. “Excelência, em momento algum a vida dele esteve em perigo, ou da Eliza. Eles estavam sob meus cuidados”, respondeu o atleta.
Ao decidir que os acusados deveriam ir a júri popular, a juíza do caso escreveu: "Embora, até a presente data, não tenha sido encontrado o corpo de Eliza Samudio, a materialidade do homicídio é suficientemente indicada pelos elementos de prova que constam no processo."

O Fantástico antecipou o debate que deve acontecer entre dois advogados muito conhecidos em Minas Gerais. Eles vão ficar frente a frente durante o julgamento de Bruno. Um vai fazer a acusação, José Arteiro Cavalcante, o outro, a defesa, Rui Pimenta. As opiniões se divergem. Enquanto Arteiro considera a morte de Eliza, Rui Pimenta, agora com nova tese, diz que Eliza não foi morta.

“Nasceu uma história de homicídio. É ficção”, afirmou Pimenta. Arteiro rebateu, dizendo que “ficção não cabe dentro do processo. A dona Sônia, mãe de Eliza, está cobrando, doutor Rui, os ossos da moça. Cadê os ossos da moça?”, questiona.

“Não houve esse crime. Esse crime vai ser todo reestruturado, analisado no Tribunal do Júri”, disse Pimenta. “Dizer que ele não mandou matar é brincadeira. Por que o senhor não manda seu cliente contar o caso? Explique por que ele queria matar a criança”, cobrou Arteiro.

“Nesses fatos todos, pode estar certo que uma grande injustiça já foi perpretada” defende Pimenta. Ele ainda volta a falar sobre o retorno de Bruno ao futebol, e o sonho de defender a seleção brasileira. “A final vai ser no Maracanã, Brasil e Argentina”, disse.

O advogado de Bruno, Rui Pimenta, disse que nem assassinato houve. “Não se encontrou fio de cabelo, não se encontrou nada que pudesse presumir, pelo menos, ter ali, naquele palco, havido um homicídio”, afirmou.
José Arteiro rebateu o defensor do atleta. “O certo é que ela está desaparecida e ela morreu. Eu quero lembrar o doutor Rui que não é necessário ter o cadáver”.

O advogado que é assistente da acusação ainda completou, dizendo a Pimenta, que “você me dá a oportunidade de responder por que não acharam nenhum fio de cabelo: porque o Bola é matador profissional” disse Arteiro. Rui Pimenta defende. “Me dá um fio de cabelo, um pingo de sangue, um esmalte... Profissional, profissional... Uma coisa qualquer pra presumir que ela estivesse naquele local, naquele dia”.

Nesta sexta-feira (9), a defesa lançou mais uma versão para o caso. Apresentou uma carta, dizendo que ela foi escrita por um ex-companheiro da mãe de Bruno. Esse homem estaria preso em Governador Valadares, no Leste de Minas.

No texto, o presidiário afirma que, em março de 2010, ou seja, três meses antes de ela ser supostamente sequestrada, teria ajudado Eliza a obter um passaporte falso; e que, em maio de 2010, ela teria conseguido um documento de permanência, também falso, num país vizinho. Segundo o advogado de Bruno, o presidiário depois contou, pessoalmente, a um outro defensor do goleiro, que esse país seria a Bolívia; que Eliza não teria morrido e sim viajado de lá para a Europa, com nome falso. “Não existe a comprovação da morte. E se ela não morreu, está viva” afirmou Rui Pimenta.

A reportagem questiona o defensor de Bruno. “Então, o senhor está dizendo que Eliza Samudio está viva?”. Segundo Rui Pimenta, “ela queria uma ascensão pornográfica. Existe uma teoria de que está num país do Leste europeu. E tá fazendo a vida dela lá”.

O defensor de Eliza discorda da tese e se posiciona. “Se ele for apresentar isso no júri, vai ser derrotado fragorosamente. Deixa eu explicar pra ele. Quem mandou matar foi o goleiro Bruno. Mandou um covarde que se chama Bola. O Bruno diz que deu R$ 30 mil a essa mulher. Esses R$ 30 mil eram pro Bola”.
Na frente da juíza do caso, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, chegou a chorar... Criticou a investigação da polícia e negou as acusações. A juíza perguntou: “o senhor é inocente?”. Bola respondeu “sim, senhora”.

O advogado de Bola, Fernando Magalhães, afirmou que seu cliente não está envolvido no caso. “Da vida pessoal e da participação de Marcos Aparecido, podemos resumir numa única palavra: não tem nenhuma ligação com esse crime”, disse.

Rui Pimenta falou sobre a tese da defesa e sobre pontos que vai destacar a inocência de Bruno. “Uma que não houve o homicídio. E a segunda, que se houve, mesmo sem prova, o Bruno não foi responsável, nunca quis, nunca desejou, nunca pensou numa coisa dessas”.

Para José Arteiro, “o Bruno cometeu esse crime covarde, achando que era Deus. Tem muitas provas nos autos. Não adianta o doutor Rui querer correr da verdade”. Arteiro, o advogado da família de Eliza, já participou de cerca de 2,6 mil júris. Pimenta esteve em mais de mil.

Rui Pimenta revela o grande sonho do ex-goleiro do flamengo, que hoje tem 27 anos: estar na final da Copa do Mundo de 2014, no Maracanã, contra a Argentina. “Vai terminar 0 a 0. Quem vai bater o penalti? O maior jogador do mundo, Lionel Messi. E quem vai defender e dar o titulo para 200 milhões de brasileiros? Bruno. Esse é o grande sonho dele”, afirmou.

É piada, diz a acusação. “O Bruno não vai pra Copa, não. Só se for pra de 3000! Porque nessa ele não vai!”, disse Arteiro.

O bebê
E o que aconteceu com o bebê, depois do suposto assassinato de Eliza? De acordo com a acusação, Macarrão e o menor voltaram para o sítio com a criança e conversaram com Bruno. Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, disse ter visto a cena.

Ao ser questionado com pela juíza, ele apresentou a versão. “Quanto tempo o Bruno ficou conversando com os meninos?”, perguntou a magistrada. Sérgio respondeu: “cerca de uns 10 minutinhos, mais ou menos.” A juíza faz outra pergunta: “que explicação deu pra ter voltado pro sítio só com o bebê da Eliza?” E Sérgio respondeu: “pra mim, nenhuma”.

Segundo o Ministério Público, Bruno, Macarrão, o menor e Sérgio chegaram a queimar objetos de Eliza e do bebê, na tentativa de apagar vestígios do crime. A acusação diz que a criança ficou dez dias com Dayanne, a ex-mulher do goleiro, e depois foi entregue para pelo menos outras cinco pessoas, conhecidas do casal.

Quinze dias depois do suposto assassinato, a polícia encontrou o bebê de Eliza, com uma dessas pessoas, numa casa em Ribeirão das Neves, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O Fantástico foi a Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para saber da expectativa de quem está do outro lado dessa história. É neste bairro da área rural que vive dona Sônia, mãe de Eliza Samudio e o menino que teria sido o pivô do crime. Aos dois anos e oito meses, Bruninho - filho do ex-goleiro com Eliza -, é uma criança extrovertida e adora jogar futebol.

Tirado da mãe com poucos meses de vida ele só conhece Eliza por fotos. A avó que hoje cuida de Bruninho relembra. “Desde pequena, 14 15, 16, 19 anos que ela fala: ‘mãe um dia eu vou ter o meu filho e no dia em que eu tiver o meu filho, a senhora pode ter certeza que eu nunca vou abandonar o meu filho’”, contou Sônia.

Dona Sônia disse que não acredita na possibilidade da filha estar viva, tese que chegou a ser defendida pela defesa dos réus. “Ela não tá viva. Ela jamais deixaria o filho dela, tão pequenininho, indefeso e precisando do aconchego e dos braços dela. Eu não tenho ódio do Bruno, não tenho, não tenho ódio, não guardo mágoa, tenho dor, dor porque eu sei tanto sofrimento que ele causou para a minha filha. Tanto de sofrimento que este meu neto ainda tem pela vida dele, sabe? Não quero que ele tenha este sentimento de ódio, de revolta pelo pai dele, eu não quero isso!”, Concluiu.

Questionada se o julgamento vai encerrar o sofrimento, dona Sônia negou. “Não encerra o meu sofrimento”. Ela ainda destaca outro desejo e disse que vai começar uma nova batalha. “uma outra batalha. A busca pelos restos mortais da minha filha”, concluiu.

Parentes em Belo Horizonte
A família de Bruno foi encontrada em uma casa, num bairro pobre de Belo Horizonte. Um presente do ex-goleiro para a avó, dona Stela, com 81 anos de idade. A avó, que criou Bruno como um filho, não irá ao julgamento. Diz que tem medo de não conseguir controlar a emoção.

“Porque a gente fica assim, né, com medo, do que dá, né? Talvez ele pode ser condenado. Talvez, absolvido, a gente não sabe”, disse a avó. Sobre toda essa história ela se posiciona. “Eu acho que ele não tinha coragem não. De fazer isso que eles estão falando, né? Que ele matou, fez... Eu acho que não”. Para os parentes, Bruno foi envolvido nessa trama misteriosa.

Uma tia do jogador, Creusa Aparecida das Dores de Souza, também acredita na inocência de Bruno. “Eu sinto, e fico numa tristeza danada dele ter deixado tudo cair, mas não por ele, mas sim pelas amizades também. Na hora que ele tá lá no buraco, quem vai ver ele hoje?”, disse. A tia também falou sobre o que teria destruído o sonho de Bruno. “A bola. Ele falou ‘tia, meu sonho, eu cheguei até onde eu tô, mas desceu tudo de novo porque eu não soube dar valor’.

Já um primo de Bruno disse sentir falta do atleta. “A saudade é muito grande. Eu mesmo já chorei demais por causa disso. Já chorei muito”. O primo Cláudio está convencido de que o sofrimento tem data pra acabar: o dia em que Bruno será inocentado. “Abrir aquele portão e falar assim: "seja benvindo de novo". É o que eu mais quero mesmo”, afirmou.

O crime

Nossas equipes também obtiveram a íntegra do processo. Mais de 10 mil páginas. O Fantástico fez uma reconstituição sobre o que aconteceu com Eliza, segundo as versões da acusação e da defesa.
Em maio de 2009, Eliza Samudio - então com 24 anos - ficou grávida de Bruno. Ela já tinha participado de filmes pornográficos e estava desempregada. Segundo a acusação, o goleiro ordenou que Eliza abortasse. Nessa época, Eliza acusou Bruno de agredi-la e fazer ameaças. Recentemente, ele foi condenado, por esses crimes, a um ano e dois meses. Como está preso há mais de dois anos, essa pena, para a Justiça, já está cumprida.
Na frente da juíza, Bruno se defendeu: “Em momento algum, eu cheguei pra ela e falei: "olha, Eliza, você tem que abortar". Bruninho - o filho de Eliza e de Bruno - nasceu em fevereiro de 2010. A mãe foi à justiça pedir o reconhecimento da paternidade e o pagamento de pensão alimentícia.
Segundo a acusação, a data fundamental nessa história é 4 de junho de 2010. Nesse dia - segundo o Ministério Público - Bruno mandou que Eliza e o filho fossem sequestrados, no Rio de Janeiro. As investigações mostram que esse sequestro foi cometido por um primo do goleiro, então menor de idade; e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão.
No interrogatório, Bruno disse acreditar na inocência de Macarrão. E chegou a chorar quando falou do homem que era o seu braço direito. “Ele falava: ‘Bruno, a partir de hoje você vai jogar futebol". Quando tinha algum problema, ele mesmo que resolvia”, contou o atleta.
À polícia, o menor disse que, logo no início do sequestro, ainda dentro de uma Land Rover de Bruno, deu três coronhadas na cabeça de Eliza. Exames de DNA revelaram que havia sangue dela no piso e no banco do passageiro. Também foi descoberto sangue do menor no carro. Na sequência, Eliza e a criança foram deixadas na casa de Bruno, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. O goleiro estava concentrado num hotel para a próxima partida do Flamengo. É nesse momento que aparece Fernanda Gomes de Castro, uma outra namorada de Bruno.
À Justiça, ela disse que foi chamada por Macarrão para cuidar do bebê. E que não viu nenhum machucado em Eliza Samudio. No depoimento de Fernanda, há um ponto importante. Eliza teria dito a Fernanda que Macarrão tinha oferecido um apartamento a ela, em Belo Horizonte, e que, por isso, Eliza viajaria no dia seguinte pra Minas. “Ela ia passar a semana pra procurar o apartamento junto com o Macarrão e com o Bruno”, afirmou. Fernanda também falou que Eliza estava cheia de planos. “O Macarrão perguntando se ela pretendia ainda fazer esse tipo de filme que ela tinha feito. Ela falando que não, que ela queria mudar de vida e que o filho dela era a razão da vida dela”, disse.
No dia 5 de junho, o sequestro completa um dia. Depois de uma derrota de 2 a 1 para o Goiás, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro, Bruno voltou pra casa, no Recreio dos Bandeirantes, e se encontrou com Eliza.“Dizia ela que tava com muita dor de cabeça. Mas, sangrameto na cabeça, eu não vi”, disse Bruno à juíza.
Segundo a acusação, a proposta do apartamento foi uma armadilha pra que Eliza viajasse sem medo para Minas. No interrogatório, Bruno não mencionou esse suposto imóvel. Contou outra história: que ela pediu R$ 50 mil para pagar dívidas e que ele concordou em dar R$ 30 mil. “Eu falei, vamos fazer o seguinte: ‘você fica aqui no Rio de Janeiro, eu te deposito esse dinheiro e fica tudo certo”, afirmou o goleiro.
A versão de Bruno é que ele estava com viagem marcada para Minas e Eliza insistiu em ir junto. “Ela falou pra mim: ‘não, eu não confio em você. Eu viajo e pego dinheiro’. Foi onde ela decidiu vir a Belo Horizonte, não eu a convidei pra vir a Belo Horizonte”, disse.
Na mesma noite de 5 de junho, Bruno e a namorada Fernanda viajaram pra Minas num carro de luxo: uma BMW emprestada por um amigo do goleiro. Na Land Rover, foram Eliza; o filho dela, então com 4 meses; Macarrão e o menor de idade, primo de Bruno. No dia seguinte, todos chegaram ao sítio do goleiro, num condomínio em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O Ministério Público diz que Eliza e o filho foram mantidos reféns, ficando parte do tempo trancados num quarto. E que havia um revezamento na vigilância entre o goleiro Bruno, Macarrão, Fernanda, o menor de idade e Sérgio Rosa Salles - outro primo de Bruno, que também era réu no processo, mas foi assassinado em agosto de 2012.
Diante da juíza, Bruno negou o sequestro. “Eu nunca vi cárcere privado com a porta aberta, a mulher andando pra lá, andando pra cá. Ela ficou super à vontade como qualquer outra pessoa ficaria”, afirmou.
Os outros acusados têm versões parecidas sobre o tempo que eliza passou no sítio. Por exemplo: Dayanne de Souza, a ex- mulher de Bruno, disse ter ido ao local no dia 9 de junho e conversado normalmente com Eliza. “Ela respondeu que tinha vindo resolver uns problemas com o Bruno”. A juíza questionou Dayanne se “ela fez algum comentário se tinha sido agredida nesse dia?”. E ex-mulher do goleiro respondeu: “Não. Eu cheguei a perguntar pra ela e ela disse que não apanhou nem nada. Ela tinha dito que tinha machucado o dedo na porta”.
Bruno alegou que no dia 9 (de junho) deu os R$ 30 mil pra Eliza. “Tudo em nota de R$ 50 e R$ 100, excelência”, contou. Eliza teria feito outro pedido: “explicou que tinha que viajar a São Paulo pra arcar com algumas despesas. Ela me perguntou se eu ficaria com o Bruninho por sete dias. Eu falei: eu fico sete dias”, afirmou Bruno em depoimento.
Segundo o Ministério Público e a polícia, no dia 10 de junho de 2010, uma quinta-feira, Eliza foi morta, depois de seis dias de sequestro. Bruno nega. No depoimento, contou que, nesse dia, Eliza iria começar a viagem pra São Paulo. “Veio até mim, se despediu normalmente. O Macarrão deu uma carona pra ela, deixou ela no ponto de táxi”, afirmou. A juíza quetiona se “o Bruninho foi com eles?” E Bruno responde: “não, ficou comigo”.
Neste ponto, há uma contradição. Sérgio Rosa Salles, o primo de Bruno, disse que Eliza levou o bebê. “Eu sei que saiu Eliza e o neném. Ficou eu e o Bruno no sítio”, afirmou a Justiça. Imagens mostram o carro saindo do condomínio onde fica o sítio. A gravação não mostra, mas, de acordo com a acusação, lá dentro, estão quatro pessoas: Macarrão, o primo menor de Bruno, além de Eliza e o bebê.
À polícia, o menor de idade contou que todos foram não para um ponto de táxi, como disse Bruno, mas sim para a casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. A quebra do sigilo telefônico revelou, nesse dia, cinco ligações entre Bola e Macarrão. O menor relatou que num dos cômodos da casa - que fica em Vespasiano -, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte - Bola deu uma "gravata" em Eliza e Macarrão amarrou as mãos dela. Segundo o menor, Macarrão ainda chutou Eliza e Bola a derrubou no chão, apertando o pescoço dela.
O advogado da família de Eliza defende que morreriam Eliza e o bebê. “Morreu só Eliza porque alguém se arrependeu de última hora e não quis matar a criança”, disse.
No depoimento à Justiça, Macarrão preferiu o silêncio: “Não vou responder, excelência”. Mas, em uma entrevista ao Fantástico, em julho do ano passado, ele mencionou esse tal ponto de táxi. “Eu a deixei no ponto de táxi e já arranquei com o carro. Eu estava muito atrasado", afirmou Macarrão.
O menor, primo de Bruno, voltou atrás nas acusações. Disse que foi pressionado pelos policiais. Segundo a Corregedoria da Polícia Civil, foi instaurado inquérito para apurar essas supostas pressões, mas nada foi comprovado. E a promotoria afirma que nem tudo o que o menor falou pode ser desconsiderado. Por exemplo: ele contou o que disse ter visto em relação à esganadura de Eliza.
Entre vários detalhes, cita: "uma mancha bem vermelha no olho, parecendo até que ia sangrar". Um perito do instituto de criminalística de Minas analisou o relato e concluiu que "é compatível com as descrições na literatura para esganadura".
O menor também falou à polícia que Eliza tinha sido esquartejada e que viu os cachorros de Bola comerem a mão dela. Mas não foi encontrada nenhuma prova disso. Até hoje, não se sabe o que aconteceu com o corpo. Nem mesmo se existe um corpo.
Acusados
O menor primo do goleiro Bruno cumpriu medida socioeducativa, e hoje, já adulto\, não deve mais nada à Justiça. Ele foi incluído no Programa de Proteção a Testemunhas.
No próximo dia 19, no Fórum de Contagem, está marcado o início do julgamento de cinco réus. Seriam seis. Mas Sérgio Rosa Sales, também primo de Bruno, foi assassinado em agosto passado, perto da casa dele, em Belo Horizonte. Segundo a polícia, ele assediou uma mulher casada e sofreu retaliação. Dois suspeitos estão presos.
Dayanne vai a júri, acusada de participar do sequestro e cárcere privado de Bruninho. A ex-mulher de Bruno negou à Justiça a participação nos crimes. “Você praticou algum desses crimes?”. “Nenhum deles”, respondeu Dayanne.
Já Fernanda responde por esses crimes e mais o sequestro e cárcere privado de Eliza. Durante depoimento a Justiça ela negou participação. “Essa acusação contra a senhora é verdadeira?”, perguntou a juíza. “Não, senhora”, disse Fernanda. Dayanne e Fernanda esperam o julgamento em liberdade.
Macarrão, Bola e Bruno estão presos. Pesam contra Macarrão e Bruno as seguintes acusações: sequestro e cárcere privado de Eliza e Bruninho; e, junto com o Bola, respondem também pelo homicídio e ocultação de cadáver de Eliza.
Os cinco réus vão entrar no plenário com escolta, por uma porta, e vão se sentar juntos, ao lado do espaço reservado para os advogados de defesa.
Bruno pode ser condenado a 41 anos de cadeia. A defesa garante que - no julgamento, daqui a uma semana - o goleiro vai manter o que disse no interrogatório à Justiça. “O senhor está disposto a declarar a verdade que sabe sobre os fatos?”, questionou a juíza. “Somente a verdade, excelência”, disse Bruno.

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SÃO PAULO - O programa “Mais Você”, da Rede Globo, registrou seu pior índice de audiência na quinta-feira (8), data em que a atração explorou excessivamente a acusação e prisão do goleiro Bruno Souza, no caso Eliza Samudio.
O foco na detenção do jogador, acusado de matar a ex-amante, parece não ter agradado muito o público do matutino, que preferiu mudar de canal. Segundo informações da coluna “Zapping”, do jornal “Agora São Paulo”, o registro bateu recorde de pior do ano para o programa.
Foram 4,9 pontos marcados no estado de São Paulo, sendo que o comum para o “Mais Você” é atingir a média de 8 a 10 pontos no Ibope. Cada ponto é correspondente a 60 mil televisores ligados na atração.

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