América Latina
El Salvador: dois candidatos declaram vitória nas eleições
Ex-guerrilheiro Salvador Cerén e ex-prefeito da capital Norman Quijano estão virtualmente empatados na apuração preliminar. Contagem final vai decidir
Apuração das eleições presidenciais em El Salvador: resultado apertado surpreende
(Luis Galdamez/EFE)
Em termos nominais, a diferença entre dois candidatos era de 6.369 votos e o presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, Eugenio Chicas, afirmou que nenhum candidato pode se declarar vencedor. Ele disse que apenas a contagem final poderá decidir o ganhador.
O resultado surpreende, uma vez que as pesquisas de opinião indicavam que Salvador Cerén lideraria a eleição com 10 a 18 pontos percentuais de diferença sobre o ex-prefeito da capital – Céren por pouco não venceu no primeiro turno, quando recebeu 49% dos votos. Aos 69 anos, ele pode se tornar o primeiro guerrilheiro a liderar o país da América Central. O atual presidente, Mauricio Funes, foi um jornalista simpatizante aos rebeldes do FMLN durante a guerra civil que durou doze anos (1980-1992) e deixou 75.000 mortos, mas nunca um guerrilheiro. Depois de trocar as armas pelo palanque, a FMLN assumiu o poder em 2009, com uma campanha que teve Lula e o PT como modelos.
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Quijano, de 67 anos, acusa a antiga guerrilha de tentar copiar no país o chavismo e alerta contra o retorno do comunismo. Quijano prometeu, se eleito, combater a crescente violência de gangues – El Salvador é um dos países mais violentos do mundo e o governo de Funes não conseguiu controlar a criminalidade urbana. Além disso, a economia está enfraquecida por um pequeno crescimento que condenou boa parte de sua população à imigração. Estudos apontam que 34,5% dos seis milhões de salvadorenhos vivem abaixo da linha da pobreza, enquanto a ONU atesta que 60% das casas não têm acesso à infraestrutura básica.
Já Cerén, que ajudou a negociar os acordos de paz de 1992 para encerrar a guerra civil de 12 anos, prometeu governar como um moderado e acelerar os programas sociais do governo. Ele disse que tem como objetivo se espelhar no presidente uruguaio, José Mujica, que também foi um guerrilheiro.
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