Jornal Novo Tempo

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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Soja: Mercado opera sem direção nesta 6ª feira em Chicago

A sessão desta sexta-feira (21) é de pouca movimentação na Bolsa de Chicago para o mercado da soja. Os preços parecem não assumir uma direção definida, caminham de lado e registram oscilações pouco expressivas nos principais vencimentos.
De um lado, o mercado segue observando o desenvolvimento da safra da América do Sul, principalmente no Brasil. No Mato Grosso, principal estado brasileiro produtor da oleaginosa, os produtores vêm sofrendo com o excesso de chuvas que atrasa os trabalhos de campo.
"Ainda há por colher cerca de 62 a 63% da safra do Mato Grosso e esse produto ainda precisa entrar nos portos, e isso pode causar um atraso maior do que o esperado. Isso faz com que ainda haja uma restrição de oferta maior no mercado internacional", explica Mário Mariano, analista de mercado da Novo Rumo Corretora.
Ao mesmo tempo, alguns estados do Centro-Sul seguem perdendo seu potencial produtivo por conta do clima muito seco. O prejuízos maiores deverão ser observados no estado de Goiás, onde, segundo Mariano, já se fala em 24% de quebra. Frente a isso, algumas consultorias privadas já estão reduzindo suas estimativas para a produção brasileira. A Oil World, por exemplo, já revisou para 85 milhões de toneladas sua projeção para a safra 2013/14 do Brasil.
"Nós ainda não temos um número certo, e qualquer números de empresas que tenham credibilidade criam expectativas no mercado. Eu acredito que esse ainda seja um número precoce. No Mato Grosso, há produtividade bem elevadas, no entanto, essa colheita que já aconteceu pode ser penalizada em termos de rendimento por conta de uma produtividade menor nesse segundo ciclo. Portanto, essa colheita que está por vir pode ter grãos ardidos e avariados por conta da chuva e do atraso do produto", explica Mariano.
Paralelamente às informações da América do Sul, o mercado trabalha ainda com os números das exportações semanais dos Estados Unidos, divulgados hoje pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Houve o movimento de washout (quando os compradores trocam sua origem de compra ou optam pelo embarque em outra data) de alguns volumes de soja, o que já vinha sendo esperado pelo mercado, mas, ainda assim as vendas líquidas semanais da safra 2013/14 ficaram em 86,3 mil toneladas. As exportações brutas, no entanto, somaram mais de 600 mil toneladas.
Dos Estados Unidos ainda chegam as informações do Agricultural Outlook Forum, com as projeções ainda não oficiais para a nova safra do país.
Para a soja, a expectativa é de que a safra chegue a 96,6 milhões de toneladas na temporada 2014/15, com um aumento de área previsto de aproximadamente 3,9% em relação à temporada anterior. Os estoques norte-americanos foram projetados em 7,76 milhões de toneladas, o esmagamento em 46,9 milhões de toneladas e as exportações em 43,1 milhões de toneladas. No ciclo anterior, esse número era de, respectivamente, 4 milhões, 46,3 milhões e 41,1 milhões de toneladas.

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