A sessão desta sexta-feira (21) é de pouca movimentação na Bolsa de Chicago para o mercado da soja.
Os preços parecem não assumir uma direção definida, caminham de lado e
registram oscilações pouco expressivas nos principais vencimentos.
De
um lado, o mercado segue observando o desenvolvimento da safra da
América do Sul, principalmente no Brasil. No Mato Grosso, principal
estado brasileiro produtor da oleaginosa, os produtores vêm sofrendo com
o excesso de chuvas que atrasa os trabalhos de campo.
"Ainda há
por colher cerca de 62 a 63% da safra do Mato Grosso e esse produto
ainda precisa entrar nos portos, e isso pode causar um atraso maior do
que o esperado. Isso faz com que ainda haja uma restrição de oferta
maior no mercado internacional", explica Mário Mariano, analista de
mercado da Novo Rumo Corretora.
Ao mesmo tempo, alguns estados do
Centro-Sul seguem perdendo seu potencial produtivo por conta do clima
muito seco. O prejuízos maiores deverão ser observados no estado de
Goiás, onde, segundo Mariano, já se fala em 24% de quebra. Frente a
isso, algumas consultorias privadas já estão reduzindo suas estimativas
para a produção brasileira. A Oil World, por exemplo, já revisou para 85
milhões de toneladas sua projeção para a safra 2013/14 do Brasil.
"Nós
ainda não temos um número certo, e qualquer números de empresas que
tenham credibilidade criam expectativas no mercado. Eu acredito que esse
ainda seja um número precoce. No Mato Grosso, há produtividade bem
elevadas, no entanto, essa colheita que já aconteceu pode ser penalizada
em termos de rendimento por conta de uma produtividade menor nesse
segundo ciclo. Portanto, essa colheita que está por vir pode ter grãos
ardidos e avariados por conta da chuva e do atraso do produto", explica
Mariano.
Paralelamente às informações da América do Sul, o
mercado trabalha ainda com os números das exportações semanais dos
Estados Unidos, divulgados hoje pelo USDA
(Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Houve o movimento de
washout (quando os compradores trocam sua origem de compra ou optam pelo
embarque em outra data) de alguns volumes de soja, o que já vinha sendo
esperado pelo mercado, mas, ainda assim as vendas líquidas semanais da
safra 2013/14 ficaram em 86,3 mil toneladas. As exportações brutas, no
entanto, somaram mais de 600 mil toneladas.
Dos Estados Unidos
ainda chegam as informações do Agricultural Outlook Forum, com as
projeções ainda não oficiais para a nova safra do país.
Para a
soja, a expectativa é de que a safra chegue a 96,6 milhões de toneladas
na temporada 2014/15, com um aumento de área previsto de aproximadamente
3,9% em relação à temporada anterior. Os estoques norte-americanos
foram projetados em 7,76 milhões de toneladas, o esmagamento em 46,9
milhões de toneladas e as exportações em 43,1 milhões de toneladas. No
ciclo anterior, esse número era de, respectivamente, 4 milhões, 46,3
milhões e 41,1 milhões de toneladas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário